sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Pêndulo



Não se bate no muro sem sentir a energia
Do bloco de concreto que o punho contrai
Não se bate um coração sem causar avaria
De ação e reação que a vida trai.

Aplicar sentimentos não esperando estorno
Arriscar-se em turbulências e voar num precipício
Amar os extremos procurando não ser morno
Flutuar sob o tédio e deslizar no fictício.

Anular peso do corpo e o medo do incrível
Perseguir rasos sonhos despencando num desnível
Caminhar com peito nu sem ter onde chegar
Eis o pêndulo que traduz movimento de se entregar.

sábado, 14 de maio de 2011

Sina

Amamos sempre a quem perdemos
Se já não temos quem amamos.
A deriva largamos remos
Barco sem rumo é o que somos.

Inerte me vem pensamento
E um pedido faço ao vento:
"Deixa-me viver a vida bem sedento,
Leve meus problemas, deixa-me o momento!"


Vida que vezes funciona como engodo
Se hoje nos arrastamos, amanhã comemos lodo...
Mas tudo que amares, ames sempre pelo todo
E tudo quanto amares, ames sempre por tu todo.

sábado, 7 de maio de 2011

Nasci!

Olá! Hoje começo a escrever neste blog sobre três coisas muito importantes para mim, arte, justiça, e fé.

Arte porque como disse Nietzche "Temos a arte para não morrer de verdade", a arte é um complemento da vida, um instrumento para encarar e revolucionar a realidade, arte sem transformação, como disse Mário de Andrade, é vã, não faz sentido algum.

Justiça  para lutar pelo que acredito (ainda que apenas com idéias) sem ter a ilusão da vitória, mas apenas para não ter a vergonha de ter sido omisso.

E fé por ser a maior expressão de amor que posso dar a Deus, que me salvou e redimiu, apesar de ser merecedor apenas da morte, se hoje vivo não é por mim ou para mim, e sim para servir um propósito maior do que eu mesmo, que é servir a Deus e professar minha fé em Jesus Cristo.

Enfim, espero contribuir com minhas simples postagens e crescer com os comentários dos leitores (por favor seja gentil! rs)

Meu abraço!

Contrarrazões

Hoje sou herói sem cavalo e sem espada
Enfrento meus moinhos incertos da razão
Um prato frio e indigesto ao paladar da bela arte,
U'a tela triste vaga e cinza sem vestígio de emoção.

Agora sou navegador de um mar de estrelas e de sonhos
Flutuando em barco raro de machado e de pedra
Gaivotas com ciúme grasnam contra a embarcação
E soçobro solitário em praia turva que me cega.

Então viro militante de guerrilha num combate
Revolto a tola ditadura cartesiana que me cerca
Sequestro filho de Descartes e que meu verso maltrate
O ouvido do general e sua parva dialética!

"Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte."
Goethe